sábado, 5 de junho de 2010

O Medo.

"A vida
Idiota querido, é uma rameira!
Apaixona por brincadeira
Depois joga na sarjeta o amante ferido.
Todos serão traídos por ela
Todos cairão de boca na deliciosa boceta
Como moscas nas teias
Não resistindo aos prazeres do sangue
Correndo nas veias
Mas espera, inocente imbecil
Logo a promessa trancedente se reduz ao crime vil
No auge da paixão sublime, o infeliz compreende
Que a amada entregou-se apenas por instantes
A vida é uma meretriz
O preço da hora não diz, amanhã ou agora
Depende do freguês
Mas cada um gozará somente uma vez
Depois 3/4 é a despedida
Saciada a fome da vida, ela se irá
Nenhum valor que o homem possa ter aquinhoado
Nenhum nome que possa ser gritado
Fará com que ela olhe pra trás...
Outro amante espera, ansioso, viver o instante delicioso
Olhem, confesso
Que mesmo eu, um gênio do mal
Não imaginei nunca nada igual
Maldade tão absoluta!
Querido, pobre, miserável
A vida é uma puta!"

Domingos de Oliveira

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