terça-feira, 9 de março de 2010

Na coxa do gigante branco

"Por entre as gargantas onde cruzam muitos rios, gritam os maçaricos,
Sob a lua fecundada no topo da alta colina de gesso,
E ali, nessa noite, passeio na coxa do Gigante Branco
Onde mulheres estéreis como rochas jazem quietas e ansiosas
Por trabalhar e amar, embora há muito estejam prostradas.
Por entre as gargantas onde cruzam muitos rios, as mulheres rezam,
Rogando na rasa baía para que se derramem as sementes,
Embora a chuva haja apagado os nomes em suas pedras cobertas de ervas,
E sozinhas no eterno e recurvo transcurso da noite
Elas suspiram com suas línguas de aves aquáticas pelos inconcebidos
Filhos imemoriais da esmurrada colina feita em pedaços.
Elas, que certa vez no inverno de penas de ganso amaram todo o gelo
abandonado..."

Dylan Thomas

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